FOTOS USADAS EM FRAUDE NO RIO GRANDE DO NORTE SÃO ACHADAS NA CASA DE DELEGADO SUSPEITO

Fotos tratadas no computador para envelhecer mulher foram encontradas na casa do advogado (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
A Polícia Civil encontrou fotos que eram envelhecidas com a ajuda de programas de computador na casa do delegado Olavo Dantas de Medeiros, suspeito de comandar um esquema de fraudes no Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais do RN (Ipern). De acordo com a equipe da Delegacia Especializada de Investigação de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deicot), o material comprova a participação do delegado na fraude.
Foram encontradas fotos envelhecidas de Maria Cosme Sobrinho. Ela também foi presa na quarta-feira (8) e, de acordo com a polícia, se passou por companheira de um ex-auditor fiscal para receber a pensão dele. As fotos foram envelhecidas para que parecesse que Maria Cosme tivesse uma idade mais aproximada do ex-auditor, de acordo com a polícia.
Em depoimento, o delegado Olavo Dantas Medeiros negou envolvimento no crime. Além dele, foram presos José Laércio Ferreira de Melo, filho de um ex-auditor fiscal; a advogada Thayana de Moura Macedo; Maria Cosme Sobrinho e Ana Claudia de Oliveira Dantas.
A advogada, o filho do ex-auditor e Maria Cosme Sobrinho admitiram a fraude.
No escritório da advogadaThayana de Moura Macedo a polícia encontrou documentos que comprovam que os herdeiros do ex-auditor fiscal Gonçalo Pereira Melo renunciaram aos bens em favor de Maria Cosme Sobrinho e outros documentos onde os herdeiros e Maria Cosme dão plenos poderes ao delegado Olavo Dantas e  à Thayana para atuarem na partilha dos bens do ex-auditor.
A fraude
A investigação teve início após a polícia receber uma informação através do Whatsapp do Disk Denúncia que dava conta de que o delegado Olavo Dantas de Medeiros Júnior teria procurado um homem identificado como José Laercio Ferreira de Melo e feito a proposta de fraudar uma documentação para que o Laercio e seus familiares pudessem receber a pensão deixada pelo pai, o auditor fiscal falecido, Gonçalo Pereira de Melo. De acordo com a denúncia, a proposta teria sido aceita e o plano executado. Além da pensão, os denunciados teriam recebido ainda R$ 240 mil que estava depositado na conta do falecido.As investigações, que tiveram início em fevereiro deste ano, confirmaram a veracidade da denúncia e deram conta de que o esquema contou com a participação de outras quatro pessoas: a advogada Thayana de Moura Macedo, que foi responsável pela realização de um inventário administrativo no 5º Cartório do Alecrim (com renúncia dos herdeiros) e pelo levantamento do dinheiro que estava depositado na conta do falecido, através de um alvará judicial obtido de forma ilegal; Ana Cláudia de Oliveira Dantas, suspeita de falsificar os documentos utilizados pelo grupo para fraudar a pensão; e Maria Cosme Sobrinho, que se passou por companheira do auditor falecido.
O montante recebido indevidamente pelo grupo desde o início do esquema já soma cerca de R$ 600 mil em prejuízo para o Estado. O grupo foi autuado pelos crimes de falsificação de documento particular, falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, uso de documento falso, falso testemunho e peculato.
Fonte: G1 RN