A Polícia Civil indiciou nesta quinta-feira (10) o motorista Ronaldo Miranda, de 41 anos, pela morte do cantor Cristiano Araújo, 29, e pela namorada do músico, Allana Moraes, 19, em um acidente na BR-153, em Goiás. O condutor deve responder pelo crime de duplo homicídio culposo - quando não há a intenção de matar - na direção de veículo automotor.
O delegado Fabiano Henrique Jacomelis, responsável pelo caso, disse que o motorista foi negligente e imprudente. "Houve o crime de trânsito, ele agiu com negligência no momento que transitou com as rodas não originais, com danos, e imprudente por dirigir em excesso de velocidade", disse.
Para o delegado, a soma de vários fatores levaram à morte do casal, como a troca das rodas do veículo, um Range Rover Sport 2015. "O conjunto excesso de velocidade, danos da roda e a falta do uso de cinto segurança foram determinantes para o resultado trágico", destacou Jacomelis.O delegado explicou que, apesar de saber dos riscos, Ronaldo não teve a intenção de matar o casal. "A gente considerou que ele teve culpa consciente, pois, no íntimo dele, não acreditava que esse evento poderia acontecer, tanto que estava no veículo", afirmou.
Jacomelis não pediu a prisão de Ronaldo, pois ele respondeu a todos os atos do inquérito policial. Se condenado, o motorista pode pegar de dois a quatro anos de prisão.
Advogado que defente o motorista, Djalma Pereira Rezende disse que vai esperar a posição do Ministério Público Estadual para se pronunciar sobre o caso.
O acidente ocorreu por volta das 3h30 de 24 de junho, no Km 612,6 da BR-153, em Morrinhos, quando o sertanejo voltava para Goiânia após um show em Itumbiara, no sul do estado. O condutor perdeu o controle do veículo 21 minutos após fazer uma parada em um posto de combustíveis, a cerca de 57 km do local do capotamento.
Além de Ronaldo e do casal, estava no carro Victor Leonardo, um dos empresários do sertanejo. Allana morreu ainda no local e Cristiano Araújo chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O motorista e o empresário ficaram feridos. No entanto, receberam alta médica dias depois.
Investigação
O inquérito policial conta com o depoimento de dez pessoas, pareceres técnicos elaborados pela concessionária da rodovia e da empresa do veiculo. Também foram considerados laudos de exame cadavérico, de local de acidente e complementares do Instituto de Criminalística de Goiás.
De acordo com a perícia realizada no ponto em que o carro saiu da pista, a via estava em boas condições. Por isso, segundo o perito criminal José Luiz do Amaral, não havia fator na rodovia que pudesse contribuir para o capotamento.
Fonte: G1 GOIÁS