O olhar atento de uma delegada especializada em investigar roubos a bancos resultou na detenção de dois suspeitos de arrombar caixas eletrônicos pelo país. Eles embarcaram no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, por volta das 20h desta quinta-feira (9) e foram presos pela Polícia Federal no desembarque em Natal depois que a delegada avisou a tripulação do avião sobre a possibilidade de os dois homens serem criminosos. A delegada Danielle Filgueira Soares Lima, titular da 11ª Delegacia de Polícia de Natal, disse que os dois homens sentaram ao lado dela no avião. Ela viu um deles olhando fotos de armas e dinheiro no celular. O outro tinha marca de queimadura na mão semelhante às que assaltantes que usam maçaricos para arrombar caixas eletrônicos costumam ter. Ela avisou então a comissária de bordo sobre os suspeitos, que relatou o caso ao piloto. Antes da decolagem, porém, ela enviou mensagem para um grupo de WhatsApp integrado por policiais civis e federais. Quando o avião pousou em Natal, os agentes da PF já aguardavam para fazer a abordagem. Na bagagem dos homens tinha maçaricos, espátulas, chaves de fenda e uma furadeira industrial conhecida como “serra-copo”, equipamentos utilizados em arrombamentos de caixas eletrônicos.
Danielle disse que desconfiou da dupla quando ainda quando aguardava o embarque em Brasília. A delegada trabalhou quatro anos investigando quadrilhas especializadas em roubo a bancos e foi a Brasília para dar uma palestra sobre os constantes ataques a caixas eletrônicos pelo Brasil, no IV Fórum de Enfrentamento a Roubo a Banco, promovido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça, e Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “Foi muita coincidência. Se eu conto ninguém acredita. Parecia cena de filme”, disse. Ela afirmou que os homens estavam bem vestidos, com roupas caras – um deles usava um relógio de ouro – e aparentavam nervosismo. Os suspeitos foram levados para a Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deicor) de Natal, onde prestaram depoimento e foram liberados em seguida porque não havia crime comprovado contra eles.
Fonte: G1 RN