O deputado federal General Girão (PSL) anunciou em rede social que vai entrar na Justiça contra a punição aplicada a ele pelo partido. Ele criticou a postura da legenda e explicou – em vídeo – sua insatisfação com a sigla.
“Estamos sim reagindo a essa punição. Vamos entrar na justiça para cobrar a suspensão dessa punição e talvez até uma outra atitude com relação ao que o partido está fazendo conosco”, disse, sem detalhar o que poderia ser a outra medida judicial.O General Girão disse que desde o início do ano cobra ao partido mais transparência e que isso seria basicamente o motivo da punição. “Cobramos que o partido apresentasse suas contas porque começamos o ano com notícias de algumas candidaturas laranjas”, contou.
E acrescentou: “Pedimos transparência e pedimos respeitos à ética partidária. E pedimos acima de tudo respeito à atividade parlamentar nossa”. Segundo ele, algumas pedidos com relação a composição de comissões não foram atendidos, o que gerou insatisfação.
“O que é que faz quando você tem insatisfação com o partido? O certo seria o partido chegar e dizer: olha, não temos mais como nos afinar então procure outro partido. Mas não”. Na opinião do parlamentar, o motivo da suspensão mais parece um elogio.
“Eles dizem que eu estou ferindo a ética do partido por cobrar transparência nas contas. Olha, não é assim que se deve fazer a política. Não foi assim que entramos para fazer política no Brasil”, disse.
A postagem foi feita ainda na terça-feira, logo após o anúncio das punições. O texto que antecede o vídeo diz: “Saiu hoje a decisão: fui suspenso do PSL por três meses por ter mantido minha lealdade ao Presidente Jair Bolsonaro e por ter pedido ética e transparência na prestação de contas do partido”.
O que representa ser suspenso das atividades pelo partido
O deputado General Girão foi um dos 18 parlamentares punidos pelo PSL após tentativa de afastar o presidente da legenda, Luciano Bivar, do comando da sigla. O principal punido foi o filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Ele foi punido com um ano de suspensão das atividades. Já o General Girão pegou três meses. A suspensão das atividades é a sanção máxima que pode ser aplicada a um membro de partido, antes da expulsão.
Na prática, o político punido perde seu poder de atuação em cargos e comissões, porque tudo isso é definido com base no partido. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, só manterá a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) porque foi eleito presidente.
Mesmo assim, o mandato acaba este ano e para 2020 ele fica impedido de concorrer. Da mesma maneira, o General Girão deixa de atuar como vice-líder do PSL e também em três subcomissões e em duas comissões, incluindo a de Constituição e Justiça, onde é titular desde março de 2019. OP9RN