O Governo do Rio Grande do Norte confirmou nesta segunda-feira (29) a retomada das atividades econômicas do estado a partir da próxima quarta-feira (1º), prazo em que se encerra o atual decreto de isolamento social. Junto com a confirmação, o governo publicou no Diário Oficial um novo cronograma para 1ª fase da volta dos estabelecimentos, que antes tinha três frações e agora terá apenas duas frações.
A retomada havia sido adiada por duas vezes, já que, segundo o Executivo, essa reabertura estaria condicionada ao fato de reduzir a ocupação nos leitos de UTI do estado para menos de 70%. O último adiamento aconteceu no dia 23 de junho. Nesta segunda-feira, a Prefeitura de Natal também anunciou a reabertura do comércio a partir de terça-feira (30).
A taxa de ocupação de leitos críticos na região metropolitana de Natal atualmente é de 97,4%, no Oeste de 93,2% e no Seridó de 82,8%. Ao todo, 44 pacientes aguardam por leitos críticos no estado. Os dados foram consultados às 18h10 no Regula RN, que monitora a situação dos leitos no estado. De acordo com o último boletim da Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap), o RN tem 24.301 casos de Covid-19 e 937 mortes pela doença.
Nesta segunda-feira, o comitê científico de enfrentamento à pandemia da Covid-19 no RN disse que há uma redução na pressão sobre leitos de UTI no estado e que a taxa de transmissibilidade da doença tem diminuído. Apesar disso, o comitê alertou que não há motivo para relaxamento do isolamento social.
A fase 1 do novo cronograma representa as atividades que vão retornar no dia 1 de julho e é dividida em duas frações. Ela contempla:
atividades de informação, comunicação, agências de publicidade, design e afins;
salões de beleza, barbearias e afins;
estabelecimentos com até 300m² e com "porta para a rua" dos seguintes ramos: papelarias, bancas de revistas; comércio de produtos de climatização; comércio de bicicletas e acessórios; comércio de vestuário; e armarinho.
A partir do oitavo dia, está prevista a retomada de outros estabelecimentos. São eles:
serviços de alimentação de até 300m² (restaurantes e food trucks);
estabelecimentos com até 600 m² e com "porta para a rua", dos seguintes ramos:
a) comércio de móveis, eletrodomésticos e colchões;
b) lojas de departamento e magazines não localizados dentro de shopping centers ou centros comerciais;
c) agências de turismo;
d) comércio de calçados;
e) comércio de brinquedos, artigos esportivos e de caça e pesca;
f) comércio de instrumentos musicais e acessórios; de equipamentos de áudio e vídeo; de eletrônicos/informática; de equipamentos de telefonia e comunicação;
g) joalherias, relojoarias, bijuterias e artesanatos;
h) comércio de cosméticos e perfumaria.
Os estabelecimentos que vão reabrir precisam cumprir algumas determinações, como higienização dos locais, uso de máscaras por funcionários e clientes, controle no número de pessoas nas lojas, e disponibilização de álcool em gel 70%.
"Como os tempos que vivemos ainda não são de normalidade, peço que não entendam o início dessa retomada como um convite ao não distanciamento ou ao 'liberou geral'. Qualquer retrocesso nos levará a retomar parâmetros de restrições anteriores. Por isso que, mais do que nunca, é preciso manter o isolamento social como medida preventiva e o uso obrigatório de máscaras em todos os espaços públicos, incluindo os transportes públicos", disse a governadora Fátima Bezerra (PT).
Na publicação do Diário Oficial, o governo reitera que "verificada tendência de crescimento dos indicadores após a liberação das atividades, poderão ser adotados, a qualquer tempo, se necessário, o restabelecimento ou o adiamento das fases, bem como o recrudescimento das medidas".
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio) disse que a retomada vai acontecer de maneira segura no estado. "Nosso segmento está preparado e seguirá se aprimorando para que esta retomada gradual se dê com toda a segurança e firmeza. Fazer algo dessa reabertura algo definitivo e positivo é tarefa de todos nós, empreendedores, autoridades, consumidores e colaboradores. É preciso atender os protocolos. Fiscalizar sua aplicação, orientar eventuais ajustes e fazer o RN retomar o crescimento", disse o presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz. G1RN