A mãe do detento João Vitor Bezerra da Silva, de 23 anos, que morreu na cela 21 do Pavilhão 2 da Cadeia Pública de Ceará-Mirim na noite da sexta-feira (30), relatou que o filho já havia denunciado que sofria ameaças.
Por questão de segurança, a mulher pediu para não ser identificada. Para a repórter da TV Ponta Negra, Gislaine Azevedo, ela contou que o filho avisou que estava com medo das ameaças sofridas e que tentou tirá-lo da unidade prisional.
De acordo com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), o rapaz estava cumprindo pena por condenação pelo crime de roubo (Art. 157 do Código Penal). Segundo a mãe, o filho era do regime semiaberto e monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia voltado ao sistema prisional por um período determinado para pagar por uma falta no regime semiaberto.
João Vitor iria cumprir uma pena de 11 meses e estava preso há apenas três.
“Toda vida que eu ia para a visita, meu filho dizia: mainha, me tira daqui! E eu não consegui porque ninguém me deu ouvido lá (na Cadeia de Ceará-Mirim)”, afirmou a mãe.
A última vez que a mulher visitou o filho foi na última terça-feira (27). Ela conta ainda que tentou falar com a administração da unidade prisional para tentar conseguir a transferência de João Vitor, mas não foi atendida.
Na noite da sexta-feira, João Vitor foi agredido por Norival dos Reis da Costa Junior, também de 23 anos. A vítima foi atacada com socos e chutes. O rapaz não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
“Quando eu vi a ligação eu “endoideci”, eu sabia que alguma coisa tinha acontecido com meu filho”, falou sobre a notícia da morte de João Vitor.
O resultado definitivo do laudo deve ser entregue nos próximos dias e incluído no inquérito policial. A partir da conclusão, a defesa irá definir as providências necessárias.
Ainda conforme nota divulgada pela Seap, o suspeito confessou o crime, sendo autuado pelas autoridades penitenciárias. O caso segue em investigação. Ponta Negra